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Especialistas definem inovação na gestão pública como ação de impacto social capaz de melhorar o futuro

O que é inovação? Para que serve a inovação? É possível inovar na gestão pública ou apenas na iniciativa privada? Inovação é sinônimo de tecnologia? Essas e outras perguntas que rondam a cabeça de muita gente foram debatidas nesta quarta-feira (24), durante o 24° Congresso Internacional de Contabilidade da USP, que segue até sexta-feira (26), em São Paulo.

O painel Inovação na Gestão do Setor Pública foi a primeira mesa da programação idealizada pelo Comsefaz no evento e reuniu três especialistas com vasta experiência na área de inovação no poder público de São Paulo.

Veja a programação completa do Comsefaz aqui e acompanhe nossa cobertura pelo site e as redes sociais do Comitê.

Participaram da mesa André Carlos Busanelli de Aquino (Pesquisador e professor da USP); Paulo Ambrozevicius Junior (assessor da secretaria de Gestão e Governo Digital de São Paulo); e Erika Marques (assessora em políticas públicas da secretaria de Gestão e Governo Digital de São Paulo). A mediação ficou por conta do professor do curso de Contabilidade da FEA/RP, Ricardo Rocha de Azevedo, que também é coordenador da área de Contabilidade Pública no Congresso de Contabilidade da USP.

Especialistas realizaram um debate de alto nível sobre inovação na gestão pública

Erika Marques fez questão derrubar um dos mitos da temática, o de que iniciativas inovadoras estão necessariamente ligadas à utilização e criação de novas tecnologias:

– Tem muita gente que acha que inovação é tecnologia e que para por ali. Inovação não para na tecnologia. É fundamental, mas podemos ir além. Precisamos pensar a inovação no setor público para além da tecnologia, pensar novos arranjos de gestão pública, conhecer outras soluções pensadas por outras secretarias, trabalhando em rede com equipes multidisciplinares que conversem entre si. Inovação é rever fluxos de trabalho, tornando políticas públicas mais ágeis e simples”, destacou.

As experiências dos consórcios regionais e municipais foram citadas como iniciativas inovadoras na gestão pública. A assessora em políticas públicas da secretaria de Gestão e Governo Digital do Estado de São Paulo destacou a implementação da digitalização de serviços voltada para facilitar a vida da população mais vulnerável:

Como tornamos aquele serviço público mais palpável para o cidadão? A digitalização, por exemplo, é algo que ajuda o cidadão a reduzir custos: ajuda a reduzir o gasto com deslocamento, com uma alimentação fora de casa, com transporte…  eu acredito na inovação que causa um impacto social maior na sociedade. Inovar é melhorar o futuro”, disse.

O pesquisador e professor da USP André Aquino defendeu que o debate sobre inovação na gestão pública é amplo e não pode ficar focado apenas na eficiência do setor. As gestões públicas, segundo ele, precisam definir para onde desejam seguir:

Inovação para quê? Em que direção? Há alguns anos, o grande direcionador era a eficiência, depois passou a ser a responsabilidade fiscal. Então houve o aumento da participação social, um debate maior sobre transparência. Recentemente, a inclusão, a acessibilidade e a sustentabilidade passaram a ser direcionadores cada vez mais importantes. Então, voltando à pergunta inicial: vamos inovar para quê? Para buscar eficiência, mais controle social? Ou tudo junto?  A agenda climática até há pouco tempo era bastante contestada. Precisamos ser inovadores também para que os problemas entrem na pauta política e mereçam atenção. Então o debate sobre inovação não é apenas sobre como melhorar a eficiência dos governos. É mais amplo”, disse.

Público prestigiou e participou do painel fazendo perguntas aos convidados

Aquino atacou ainda outro mito relacionado à inovação, o de que só a iniciativa privada é capaz de modernizar seus fluxos:

– Nem toda organização é aberta à inovação. Muitas empresas de capitais privado familiares não necessariamente são abertas à inovação. E tem governos que possuem grandes iniciativas de inovação. Não é correto fazer aquela associação de que governo não inova e iniciativa privada inova. Ou que empresas privadas inovam bem e governos inovam mal”, explicou.

Paulo Ambrozevicius Junior também pontuou que inovação é uma mudança de cultura, que leva tempo e que, para acontecer, precisa de uma equipe com disposição para promover as mudanças:

– Inovação você não compra na esquina. Não é uma ideia de solução. Inovação é uma cultura. Inovação é baseada em pessoas. É você conseguir, como gestor público ou líder de uma equipe, a começar a provocar, dentro do status quo, a necessidade de mudança. Para entregar mais e melhor uma política pública, no nosso caso. Inovação te faz pensar. Inovação não é uma coisa etérea, tem método, formas de como potencializar isso. É mais simples do que parece. As vezes não precisa gastar recurso nenhum. É envolver pessoas e se perguntar: “Como posso fazer melhor do que eu faço hoje”, refletiu.

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