Começou nesta quarta-feira (30) a XIII Edição das Jornadas Ibero-Americanas de Financiamento Local (XIII-JIFL), reunindo especialistas de diversos países para discutir o futuro do financiamento sustentável. O primeiro dia do evento trouxe à tona a importância das relações intergovernamentais e das finanças subnacionais no fomento à economia verde e no desenvolvimento de políticas sustentáveis.
A vice-presidente do Grupo de Estudos em Finanças Públicas (Gefin), e professora doutora Célia Carvalho, e a professora doutora Vera de Hesselle, da Hochschule Bremen, Alemanha, apresentaram uma palestra sobre “Financiamento verde: sua dimensão intergovernamental e subnacional”. Ambas especialistas ressaltaram a importância da cooperação global e local no apoio a projetos que promovam uma economia mais sustentável.
O financiamento verde, conforme explicaram, consiste no uso de recursos para apoiar iniciativas sustentáveis que visem reduzir emissões de carbono, aumentar a eficiência energética e preservar a biodiversidade. Com isso, espera-se mitigar os efeitos das mudanças climáticas e estimular um desenvolvimento econômico mais responsável e sustentável. “Esse financiamento requer cooperação entre países e instituições internacionais para mobilizar recursos e criar padrões globais de transparência”, destacou Célia Carvalho.
Desafios e oportunidades no contexto brasileiro
Célia Carvalho ressaltou que, apesar dos desafios, a descentralização federalista garantida pela Constituição brasileira facilita o desenvolvimento de políticas sustentáveis em nível local. “Em nível subnacional, Estados e Municípios utilizam o financiamento verde para projetos locais, como transporte sustentável e infraestrutura resiliente, adaptando ações às realidades locais, envolvendo a comunidade e promovendo a economia verde”, disse.
A perspectiva Alemã
A Professora Vera de Hesselle apresentou o contexto alemão, que não é descentralizado como o sistema brasileiro.
“É importante examinar os desafios e as oportunidades da abordagem de centralização e descentralização por seus pontos fortes e fracos, reconhecendo a necessidade de padronização e transparência dos regulamentos, mas também a oportunidade de criar soluções adaptadas a diferentes contextos regionais para ampliar o impacto das finanças verdes em geral”, disse de Hesselle.
De Hesselle explicou que instituições financeiras internacionais desempenham um papel crucial ao apoiar políticas ambientais em países em desenvolvimento, mas destacou a importância de os governos locais adaptarem essas iniciativas às necessidades específicas de cada região. Em sua análise, tanto em escala global quanto local, o financiamento verde é essencial para promover uma transição robusta para uma economia sustentável.
A Importância da cooperação e intercâmbio de experiências
Para ambas as palestrantes, a XIII-JIFL representa uma oportunidade única de troca de experiências entre diferentes países e contextos. “Essas parcerias são riquíssimas, pois permitem que possamos inovar e adaptar soluções ambientais a realidades diversas, potencializando o impacto positivo para um desenvolvimento sustentável global”, concluiu Célia Carvalho.
O evento foi realizado na sede da Universidade Federal do Pará (UFPA) entre os dias 30 e 31 de outubro. Nessa edição, a organização ficou por conta da Associação Ibero-Americana de Financiamento Local (AIFIL), da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), pela Divisão de Gestão Fiscal do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela UFPA e pelo Governo do Estado do Pará.